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Pesquisa mapeia comportamento de dependentes químicos na internet

O Instituto Sírio-Libanês listou 2,4 mil comunidades virtuais. Discussões vão desde tratamento a como usar entorpecente.

O Instituto Sírio-Libanês mapeou o comportamento de dependentes químicos na internet. Os pesquisadores usaram palavras chaves como maconha, usuário, pó e listaram 2,4 mil comunidades virtuais.

Dessas, 996 abordaram como tema a maconha. Os participantes deixam mensagens sobre a descriminalização da droga, falam sobre os efeitos e até dão dicas para quem quer plantar a erva. Outras 995 comunidades abordavam o crack e têm como tópicos as crises dos usuários, a busca por tratamentos e relatos de familiares que trocam experiências e indicam clínicas de desintoxicação. A cocaína é listada em 446 comunidades, onde os usuários falam do preço e da qualidade da droga, alguns até ensinam como usar o pó.

Os pesquisadores trocaram mensagens com os participantes das comunidades para saber quais eram as fontes das informações disponibilizadas nas páginas. Todos citaram textos e vídeos informais, divulgados por outros usuários, muitas vezes anônimos. Nenhum internauta disse compartilhar informações obtidas em sites do Governo.

“O volume de desinformação, de informação paralela, de informação equivocada, tem sido imenso, transmitidos por sites sem nenhuma responsabilidade, alguns banalizam a questão do uso das drogas, então dá a dimensão de que não é um problema tão grave assim. Nos sites do Governo existem mais informações para os gestores, ou para os profissionais da área de saúde. As informações mais voltadas para o usuário, dos interesses do usuário, perguntas do usuário, não são bem estruturadas”, afirma o coordenador de Saúde Mental de Ribeirão Preto, Alexandre de Souza Cruz

A presidente do Projeto de Restauração de Vidas (Proreavi) de Franca, Eliana Justino, diz que é preciso cuidado ao tratar todos os casos como sendo iguais. “Nem todas as informações que você encontra na internet são reais para aquele dependente, as pessoas são diferentes, então elas têm que ter um atendimento e um tratamento diferenciado”, conclui.

O técnico em química Gustavo Morais Almeida usou drogas por 15 anos. Em 2009 ele buscou informações na internet para deixar o vício. “Procurei saber sobre os tratamentos, sobre a melhor forma, mas também surgiram algumas dúvidas, como, por exemplo, se auto diagnosticar. De repente tem um medicamento que a gente pode usar ou não, colocando na cabeça da gente que de repente a gente pode ter uma doença ou outra, um transtorno. Sem a ajuda de um profissional é muito difícil”, conta.

A pesquisa também analisou os tópicos mais recorrentes nos fóruns dentro das comunidades. Muitos participantes reclamam da falta de leitos no sistema público e da dificuldade para pagar o tratamento. Em Ribeirão Preto são apenas 36 leitos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para dependentes químicos.

Segundo Cruz falta investimento. “Há necessidade de locais para receber esses pacientes e os sistemas que se dizia que poderia substituir completamente a internação, na verdade não substituem. Eu não tenho a mínima dúvida de que isso é um dever que tem que ser cumprido pelo Estado”, diz.

fonte: gazetaweb.com

Irmãos saudáveis de dependentes também têm tendência ao vício

Alterações no cérebro podem ser traços carregados pela hereditariedade.
Estudo foi divulgado na revista ‘Science’.

Irmãos sem vícios de dependentes químicos possuem as mesmas características cerebrais de seus parentes, segundo um estudo divulgado nesta semana na revista “Science”. Os pesquisadores da Universidade de Cambridge, responsáveis pelo trabalho, acreditam que as alterações no cérebro que levam à dependência podem ser hereditárias.
Mesmo que estudos posteriores confirmem que os cérebros de dependentes e seus irmãos sejam mesmo diferentes, os cientistas britânicos acreditam que essas alterações podem ser contornadas para evitar o vício.

Alterações no cérebro de dependentes já haviam sido estudadas, mas os pesquisadores até então não sabiam dizer se essas mudanças ocorriam antes ou depois do uso de entorpecentes.
Para conseguir saber o momento que o cérebro mudava, Karen Ersche e seus colegas em Cambridge estudaram duplas de irmãos: um com problemas de vício e outro saudável. A dependência química foi estudada tanto para casos de álcool como para o uso de drogas ilegais.
Testes para medir a capacidade de controlar impulsos foram conduzidos entre os participantes, que realizaram experiências para saber se conseguiam deixar de seguir uma determinada instrução com rapidez.

Na comparação com pessoas sem histórico de vício na família, cada dupla de irmãos apresentou resultados piores. Após a análise de imagens da atividade cerebral dos participantes, os cientistas britânicos verificaram uma diminuição na densidade da massa branca no cérebro e alterações no volume de massa cinzenta em regiões como a amígdala.
O grupo ainda sugere que dependentes químicos e seus irmãos possam se beneficiar de intervenções médicas voltadas ao aumento do autocontrole, uma das condições vitais para o combate ao vício.

Dependentes químicos serão prioridade da Saúde em 2012

A prioridade do Ministério da Saúde para o Grande ABC em 2012 será o atendimento aos dependentes químicos. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a expectativa é de que cada um dos sete municípios tenha pelo menos uma unidade para acolhimento de pessoas em situação de dependência química ou de álcool. A proposta é ter rede de cuidados da Saúde mental para prevenção e tratamento dessa população, seja por meio de consultórios de rua, centros de atenção psicossocial ou casas de acolhimento.

Nos municípios que já têm programas do tipo as ações serão reforçadas, e naqueles em que ainda não há serviço de tratamento ao dependente químico serão instaladas unidades de acolhimento, previstas no Plano Integrado ao Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas do Ministério da Saúde. “Algumas pessoas precisam ficar mais tempo internadas por terem crises de abstinência ou porque vivem em situação de violência doméstica. Por isso, esses locais onde eles poderão morar durante sua recuperação são importantes”, comenta Padilha.

Recentemente, o Ministério anunciou R$ 1 milhão para São Bernardo utilizar em ações imediatas de combate ao crack. Na região, além de São Bernardo, Diadema já conta com dois consultórios. “Esse equipamento funciona em horários alternativos e faz uma busca das pessoas que vivem na rua para que passem por avaliação especializada e possam receber tratamento”, diz o ministro.

Até julho, o Ministério da Saúde informou ter investido R$ 70 milhões tanto na ampliação da assistência direta à saúde de usuários de crack e outras drogas como na capacitação de profissionais de Saúde que atuam nesse segmento.

UPA

O ministro Padilha esteve em Diadema ontem por conta da inauguração da primeira Unidade de Pronto Atendimento do município. O equipamento está localizado no bairro Paineiras e terá capacidade para atender até 300 pessoas por dia, o equivalente a 120 mil atendimentos por mês, beneficiando a região Norte da cidade durante 24 horas.

A unidade recebeu investimento do governo federal de R$ 1,5 milhão, sendo R$ 500 mil para os equipamentos. A UPA tem cinco consultórios, dez leitos de observação, salas para coleta de exames, inalação, raio X, sala de emergência e de classificação de risco.

Com início das obras previsto para o primeiro semestre de 2012, a UPA Piraporinha – segunda de Diadema – reforçará o pronto atendimento no município e, com isso, 100% da demanda será atendida.