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Oxi já corresponde a 80% das apreensões de drogas no Pará

Uma noticia publicada pela folha de são paulo traz dados preocupantes sobre uma nova droga (já conhecida há mais de 20 anos por usuários e autoridades no Amazônias) que vem se espalhando pelo pais. Uma grande quantidade da droga Óxi, droga  que é mais forte e mais barata que o crack representa 80% das apreensões de drogas no Pará e vem se espalhando pelo país.
BELÉM – Droga conhecida há mais de duas décadas por usuários e autoridades na Amazônia, o oxi é hoje um dos entorpecentes mais usados nas cidades do Norte do Brasil, de acordo com autoridades policiais da região.

“O oxi hoje já responde por cerca de 80% das apreensões de drogas aqui no Pará. Definitivamente essa é a droga da moda aqui na nossa região”, afirma o chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado da Polícia Civil do Pará, Ivanildo Santos.

Versão mais tóxica e mais barata do crack, o oxi está agora chegando aos grandes centros do Sudeste, depois de já ter feito grandes estragos nas regiões de fronteira.

“É mesmo uma epidemia, uma questão de saúde pública. Como o oxi é mais barato do que o crack, a tendência é que se torne a droga dominante nas periferias pobres das grandes cidades,” diz Santos.

“Algumas semanas atrás, eu apreendi uma carga de mais de 20 quilos de oxi aqui em Belém, com traficantes fortemente armados”, diz o delegado Eder Mauro, policial conhecido por perseguir duramente os traficantes da região.

Nas ruas de Belém, no Pará, é comum sentir o cheiro de plástico queimado e combustível que emana dos grupos de usuários da droga.

“A vida na rua é difícil. Eu tenho que correr atrás de dinheiro todos os dias para drogas ou eu não durmo”, disse um usuário de oxi à BBC Brasil, entre um trago e outro.

“(Se eu não usar a droga) Fico agoniado. Quando vejo a pedra (de oxi) acabando, já começo a pensar como fazer para conseguir mais.”

Tóxica. O oxi é feito com a mesma pasta de cocaína usada para fazer o crack. No entanto, ela é misturada com produtos químicos mais baratos, como cal virgem e querosene ou gasolina. Por isso, é mais tóxica ao organismo.

No Centro Nova Vida de reabilitação de dependentes químicos, são frequentes as histórias sobre vidas e famílias destruídas pela droga, já bastante conhecida entre os pacientes.

O presidente da ONG, Luiz Veiga, diz que cerca de 80% dos 30 residentes já usaram oxi.

“É uma droga terrível. Ela tem produtos químicos extremamente prejudiciais a todos os órgãos, a começar pelo fígado”, diz Veiga. “Os usuários também chegam aqui com graves problemas mentais, como delírios e mania de perseguição.”

Veiga também usou drogas por 28 anos – ele perdeu sua corretora imobiliária e viveu nas ruas por mais de uma década, antes que um ex-funcionário de sua empresa o resgatasse. Há 21 anos, ele está livre do vício e, há 18, fundou o Centro Nova Vida.

“As ruas estão ainda piores hoje do que eram no meu tempo. Há mais violência e novas drogas mais nocivas, como esse oxi”, diz ele

Reabilitação. Todos os pacientes no Centro Nova vida estão em reabilitação voluntária, e a maioria não paga pelo tratamento.

Como estão ali para se reconciliar com o passado, os residentes contam suas histórias de maneira aberta e com os detalhes mais chocantes – desde que suas identidades sejam preservadas.

“Eu era da Polícia Militar, mas fui reformado (aposentado) porque meus superiores pensavam que eu era louco. Só que foi o consumo de drogas”, diz um homem de cerca de 40 anos de idade.

Ele afirma que vendeu tudo que tinha em casa e começou a traficar drogas para pagar por seu vício. “Eu perdi minha família. Minha esposa me abandonou, meus filhos foram embora e apenas os traficantes de drogas estavam interessados em mim.”

Não demorou muito para que o ex-policial se tornasse um criminoso. “Eu estava roubando e praticando assassinatos por encomenda para traficantes”, diz ele.

Agora o ex-policial conta que está limpo há dois meses e mantém esperança de construir uma nova vida. “Espero que minha família me aceite de volta, mas eu não posso ter certeza. Eu os fiz sofrer muito. ”

Um estudante de 17 anos que também está no centro diz que começou a usar oxi e outras drogas aos 12 anos. “O oxi foi a droga mais forte que eu usei, bem mais do que o crack. Fiquei viciado muito rápido e logo eu estava fazendo qualquer coisa para conseguir droga. ”

Apesar de ainda não ser maior, o rapaz já ficou detido por dois anos por roubo. E os tribunais nunca chegaram a saber dos assassinatos que ele diz ter cometido.

“Eu tinha dívidas enormes com um traficante. Ele me mandou matar um de seus rivais ou ele ia me matar”, conta. “Fui para a viela onde vivia o alvo e comecei a atirar. Matei pelo menos duas pessoas, mas talvez mais.”

O adolescente – que terminou recentemente o programa de quatro meses reabilitação – está agora de volta para a escola e com a esperança de recomeçar a vida.

“Eu me arrependo muito da maneira como eu perdi a minha vida com as drogas. E me entristece ver que o oxi está agora se espalhando por todo o país.” BBC Brasil – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Governo distribui panfletos contra o oxi

William Cardoso – O Estado de S.Paulo

A Secretaria de Estado da Saúde vai distribuir hoje, entre 9h e 15h, na Estação Brás da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), na região central de São Paulo, mil panfletos alertando a população sobre as consequências do uso do oxi, droga considerada mais devastadora que o crack, que pode ser encontrada por até R$ 2. O folheto ainda terá explicações sobre a diferença entre o crack e o oxi.

Levantamento divulgado pela secretaria apontou que 12% dos 92 pacientes atendidos pelo Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod) já usaram oxi. Segundo a pesquisa, 65% do total nunca ouviram falar da droga, o que pode indicar que já a usaram sem saber. Entre os entrevistados, 22% disseram que o oxi é pior que o crack.

Reunião do Conselho Estadual sobre Drogas (Coned-SP) realizada ontem tratou também da disseminação do oxi no Estado. Segundo participantes, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) cobrou uma ação integrada dos órgãos públicos.

Para especialistas, é preciso bem mais que distribuição de folhetos para combater o oxi. “Pode ter muita boa vontade, mas, diante da tempestade em que estamos, vai ser difícil ter uma ação eficaz e alcançar o objetivo esperado. Não vai atingir a massa, que deveria saber mais sobre o assunto”, diz Sandra Crivello, especialista no tratamento de usuários de drogas.

Em sua opinião, a secretaria poderia usar em relação ao oxi as mesmas formas de esclarecimento adotadas em campanhas sobre a aids e a dengue, com divulgação intensa nos meios de comunicação. “Deveria fazer uma “imunização”, vacinar as pessoas com informação para evitar um dano maior posteriormente.”

Resposta. Questionada se a distribuição de panfletos não seria pouco eficaz, a secretaria disse que se trata de uma primeira ação pontual, importante para alertar a população. Segundo a pasta, profissionais já estão sendo capacitados. Sobre o porquê de a distribuição não ocorrer na região da cracolândia, que concentra grande número de usuários, a secretaria afirmou que o Cratod já faz ações no local. A escolha do Brás se deu em razão de uma feira de saúde na estação da CPTM, que também conta com grande circulação de pessoas todos os dias.

Para dentista que atende usuários, falta prevenção

Jovens que fumam o oxi têm sintomas comoferidas profundas na boca, vômitos e diarreia

O oxi já está em São Paulo. Embora não haja confirmação oficial por parte da polícia ou de órgãos da Saúde, que dizem não ter registrado ocorrência envolvendo a droga na capital paulista, o oxi já começou a ser consumido por jovens de 15 a 28 anos. A dentista Sandra Crivella, que trabalha na saúde pública atendendo pacientes com necessidades especiais na Zona Sul de São Paulo, já constatou a presença da droga. — Comecei a perceber sinais diferentes daqueles de jovens que usam crack. Tanto o oxi como o crack provocam queimaduras na boca. As feridas provocadas pelo cachimbo usado no crack são mais espalhadas.  As feridas provocadas pelo oxi são profundas, pontuais. Os que usam oxi ainda esfregam a pedra da droga na ferida para aumentaro efeito — conta. Segundo a dentista, os usuários do oxi são muito mais agressivos que os do crack: — Não dá nem para comparar. É muito pesado. Eu nem sei como encarar. A médica, que atende jovens pobres da Zona Sul da cidade, relata: — Eles chegam com o reflexo característico desse tipo de droga, vômito e diarreia. Chegam muito mal. Não querem falar do que viveram sob efeito da droga. Ou já esqueceram. Vão dos 15,16 anos até os 25, 28 anos. Agente percebe que alguns são articulados, sabem falar, o que significa que estudaram. Não são só meninos de rua. Depois que identificou 19 casos de uso da nova droga em duas semanas de dezembro do ano passado, a dentista prefere agora não quantificar o que tem visto para não cometer equívocos, já que trabalha numa região bem específica da cidade.— Será que são 30, são 40? Não posso afirmar porque pode ser uma amostra viciosa. Estou numa região de população mais pobre, embora os casos que vejo não sejam só de pobres. Experiente em casos odontológicos que exigem atendimento especial, Sandra Crivella critica autoridades policiais e da saúde por não terem políticas de prevenção. Ela lembra que, desde que surgiu o crack, a atitude das autoridades foi a mesma, de não reconhecer o problema:— A situação está aí. Não vejo atitude preventiva e corretiva. A divisão de Prevenção e Educação (Dipe), do Departamento Estadual de InvestigaçõesSobre Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil de São Paulo, diz que nunca houve apreensão de oxi em São Paulo. De acordo com a Secretariade Segurança, a droga pode estar sendo vendida como se fosse crack, já que é nova e os usuários não a conhecem. O Conselho dos Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo, de acordo com o seu presidente, Arthur Chioro, que comanda a pasta da Saúde em São Bernardo do Campo, na região do ABC, tem conhecimento de que o oxi — uma droga “devastadora”, segundo ele— já chegou aos paulistas.— O Conselho dos Secretários de Saúde definiu como agenda prioritária o atendimento aos dependentes químicos. Estamos discutindo a criação de ações interdisciplinares para cuidar desses dependentes, inclusive dos usuários de crack e agora do oxi — afirma.

Em poucas semanas, oxi leva ao emagrecimento e à perda de dentes

Efeito da nova droga no corpo é devastador: crises renais, diarreia e vômitos.

As marcas deixadas pelo oxi nos corpos dos usuários são visíveis. Assim como as reações no comportamento— os dependentes permanecem sempre nervosos e agitados durante e após o consumo da droga , os efeitos em órgãos vitais como rim, pulmão e fígado são considerados devastadores. Os usuários de oxi, logo nos primeiros dias de consumo, apresentam problemas no aparelho digestivo e complicações renais. As dores de cabeça e as náuseas passam a ser constantes, diárias, e há crises crônicas de vômito e diarreia, um quadro comum enfrentado por quem faz uso da droga.

Os usuários também apresentam dificuldade para respirar, e a pele passa a ter uma cor amarelada. Em poucas semanas, o dependente perde muito peso e tem início um rápido processo de envelhecimento. A morte por complicações de saúde pode chegar em prazos inferiores a dois anos. As reações do oxi nos usuários são semelhantes às do crack. No entanto, em função de o efeito da droga passar mais rapidamente, a vontade de consumir novamente é imediata. O efeito do oxi é muito rápido, a droga chega ao cérebro em poucos segundos. Seu efeito também passa mais rápido, por isso a necessidade de consumir cada vez mais e mais. É uma reação avassaladora. Diferentemente do crack, o usuário ainda sente a necessidade forte de mesclar o oxi com outras drogas, principalmente a própria cocaína em pó e o álcool, explica a psicóloga Maria Stella Cordovil Casotti, que trabalha há 14 anos com a recuperação de usuários de drogas e atua hoje no estado do Acre. Concentração de cocaína é maior no oxi e chega a 80%. Perito criminal da Polícia Federal em Rio Branco, Ronaldo Carneiro da Silva Júnior explica que a característica do oxi de viciar mais rápido que o cracke as demais drogas está em sua composição. Enquanto a cocaína em pó, que é inalada, possui cerca de 10% de substância cocaína, o crack possui 40%.  Já o oxi supera ambas as drogas. A substância cocaína chega a80%, apesar de a pureza da droga ser baixa, decorrente da mistura de derivados de petróleo, cal, permanganato de potássio e solução líquida usada em bateria de carro. O perito chama a atenção para as reações que identificam o usuário de oxi. O dependente da droga deixa de dormir durante vários dias, consumindo o produto durante dia e noite seguidamente. Sob o efeito da droga,o usuário passa a apresentar tremores e agitação constantes.Outra característica são os olhos com pupilas dilatadas. Os efeitos do oxi também estão na boca dos dependentes. Como a mistura de gasolina, querosene e produtos corrosivos é grande na composição da droga, os dentes sofrem desgaste, ganham uma tonalidade escura e quebram. O processo culmina na perda dos dentes. Prazer evolui para depressão entre usuários, Para o médico Zelik Trajber,da Fundação Nacional de Saúde(Funasa) no estado de Mato Grosso do Sul, quanto maior o número de substâncias tóxicas usadas na preparação da droga,maiores serão os estragos no corpo do usuário. É o caso do oxi, que usa derivados de petróleo e cal. As drogas só vão piorando, e seus efeitos e malefícios, aumentando— diz ele. Trajber faz um paralelo entre o oxi e o crack e chama a atenção para os efeitos no comportamento. De acordo com o médico, usuários dessas drogas apresentam reações violentas.— A princípio, o dependente de drogas sente uma sensação de satisfação, que depois evolui para a depressão. O usuário tende a sair fora da realidade, a viver em um outro mundo — explica Trajber.

Os efeitos do oxi

A fumaça da droga chega aos pulmões e cai na corrente sanguínea.

No cérebro, cria prazer de curto prazo, enquanto o corpo é corroído

 

Oxi, uma droga ainda pior

O oxi – uma pedra tóxica feita com cal, gasolina e pasta de cocaína – se espalha pelo país e assusta as autoridades mais que o crack

HUMBERTO MAIA JUNIOR, COM RODRIGO TURRER

 

Pedro tinha 8 anos quando começou a fumar maconha. Aos 14, experimentou cocaína. Com 19, foi apresentado ao crack. “Eu fumava cinco pedras e bebia até 12 copos de pinga.” Em janeiro deste ano, seu fornecedor de drogas, em Brasília, passou a oferecer pedras diferentes, com cheiro de querosene e consistência mais mole. Pedro estranhou. “Dizia a ele que a pedra estava batizada, que não era boa. O cara me dizia que era o que tinha e ainda me daria umas(pedras) a mais.” Não demorou para Pedro notar a diferença no efeito. A nova pedra era mais viciante. Para não sofrer com crises de abstinência, dobrou o consumo para até dez pedras por dia. Descobriu então que, em vez de crack, estava fumando uma droga chamada oxi. “Quando soube, vi que estava botando um veneno ainda maior no meu corpo. Fiquei com medo de morrer.” Aos 27 anos, depois de quase duas décadas de dependência química, Pedro sentiu que tinha ido longe demais. Internou-se numa clínica.

A história de Pedro (nome fictício) ilustra o terror provocado pelo oxi, droga que está se espalhando rapidamente pelo Brasil. O oxi está sendo tratado pelos médicos como algo mais letal que o crack, considerado até agora a mais devastadora das drogas. Mas é consumido por pessoas que não sabem disso, porque é vendido em bocas de fumo como se fosse crack. “O oxi invadiu os postos de venda tradicionais. Isso preocupa”, diz o delegado Reinaldo Correa, titular da Divisão de Prevenção e Educação do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil de São Paulo.

A primeira apreensão confirmada do oxi em São Paulo ocorreu quase por acaso. Em março, a polícia apreendeu 60 quilos de algo que foi classificado como crack. O equívoco foi corrigido quando esse carregamento foi usado numa demonstração para novos policiais. “Queimamos algumas pedras e, pelos resíduos, concluímos que era oxi”, afirma Correa. Quase diariamente, a polícia de algum Estado do Brasil anuncia ter apreendido a droga pela primeira vez (leia o mapa abaixo) . Em alguns casos, como em Minas Gerais, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul, as primeiras apreensões foram feitas na semana passada. Não é que o oxi surgiu em tantos lugares em tão pouco tempo. Ele já havia se espalhado sem ser notado.

Como o crack, o oxi é vendido em pedras que, quando queimadas, liberam uma fumaça. Inalada, em poucos segundos vai para o cérebro, provocando euforia e bem-estar. “Visualmente, são quase idênticas”, diz Correa. A diferenciação pode ser feita pela fumaça, que no caso do crack é mais branca, ou pelos resíduos: o crack deixa cinzas, enquanto o oxi libera uma substância oleosa. Por causa da dificuldade em distinguir uma droga da outra, é impossível ter exata noção da penetração do oxi entre os usuários. “Sabemos apenas que ele está aqui há algum tempo”, afirma Correa.

Recente nos Estados mais ao sul do país, o oxi é velho conhecido dos viciados da Região Norte. Acredita-se que a droga entrou no Brasil ainda na década de 1980, a partir de Brasileia e Epitaciolândia, cidades do Acre que fazem fronteira com a Bolívia. O consumo da substância foi registrado por pesquisadores em 2003, quando Álvaro Mendes, vice-presidente da Associação Brasileira de Redução de Danos (Aborda), pesquisava o uso de merla, outro derivado da cocaína, entre os acrianos. “No primeiro momento, o oxi era usado pelas classes sociais mais baixas e por místicos que iam ao Acre atrás da ayahuasca (chá alucinógeno usado em cerimônias do Santo Daime)”, diz Mendes. A droga chegou à capital, Rio Branco, de onde se espalhou para outros Estados da região. “Hoje, é consumida em todas as classes sociais”, diz Mendes.

 

 

A dentista Sandra Crivello se lembra de quando viu o primeiro caso de dependência por oxi em São Paulo. Foi no fim do ano passado, quando recebeu uma ligação de uma Organização Não Governamental (ONG) que faz atendimento a jovens viciados em drogas. Queriam que ela atendesse um rapaz com problemas na boca. Encontrou o paciente na porta da ONG. A imagem do rapaz chocou Sandra, que há mais de 20 anos atende meninos de rua viciados. Loiro, pele branca e aparentando 20 anos, chocava pela magreza e pelo cheiro quase insuportável de vômito e fezes. “Ele estava em condição de torpor, parecia viver em outro mundo.”

– Foi você que veio me ver? Olha, está doendo muito – disse o rapaz, chorando, antes de puxar os lábios com força exagerada. Sandra não se esquece do que viu. “Tinha até osso necrosado.” Perguntou ao rapaz:

– O que você usou? Não vem me dizer que é crack que eu sei que não é.

– Eu bebi.

– Bebida não é. O que você usou?

– Foi oxi.

Sandra, que já tinha ouvido falar do oxi, diz que respirou fundo. “Agora que essa porcaria chegou aqui, não falta mais nada. Só pedi que Deus nos ajudasse.” Como Sandra, vários profissionais que têm contato com o mundo das drogas temem que o oxi tome o lugar do crack. Motivos não faltam, da facilidade de fabricação ao preço baixo. O crack é feito com pasta-base de cocaína, misturada com bicarbonato de sódio e um solvente, que pode ser éter ou amoníaco. É difícil obter grandes quantidades dessas substâncias, porque a venda é controlada pela Polícia Federal. Já o oxi é feito com pasta-base de coca misturada a cal virgem e a gasolina ou a querosene. “O refinamento do crack demanda uma cozinha e um processo laboratorial mais complexo”, diz Ronaldo Laranjeira, coordenador do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Para fabricar o oxi, basta misturar a pasta-base com um derivado de petróleo em qualquer panela. Pode ser feito no fundo de um quintal.” O resultado é que os traficantes podem cobrar preço menor. Se uma pedra de crack custa ao viciado entre R$ 7 e R$ 10 na “cracolândia”, região central de São Paulo onde usuários e traficantes circulam livremente dia e noite, a pedra de oxi sai por cerca de R$ 2. Esse valor torna a droga acessível a um público muito maior. “Dependentes buscam o que é mais barato”, diz Luiz Alberto Chaves de Oliveira, chefe da Coordenadoria de Atenção às Drogas da Prefeitura de São Paulo. Também procuram o que tem efeito mais forte e mais rápido. O oxi, ao que parece, atende a essas necessidades. E tem tanto ou mais poder de viciar que o crack. “O oxi parece gerar ainda mais dependência. É potencialmente mais forte que o crack, que já é muito destrutivo”, diz Cláudio Alexandre, psicólogo do Grupo Viva, que atende dependentes de drogas.

O agente penitenciário André (nome fictício), de 34 anos, morador de Rio Branco, no Acre, conhece bem os efeitos do oxi. “Quem usa chama de veneno”, diz. Como todo veneno, é traiçoeiro. André descreve o gosto da fumaça como algo “gostoso”. “Pega mais, dá uma viagem.” Não demora e surgem os efeitos adversos – dor de cabeça, vômitos e diarreias. E paranoia. André diz que ouvia vozes. “Era o demônio falando no meu ouvido.” Os efeitos também são físicos. “Via muitos usuários sujos de vômito e diarreia.” Mesmo assim, André não conseguia abandonar o uso. Vendeu o que tinha para comprar pedras. “Pedia aos boqueiros (quem trabalha nas bocas de fumo) que passassem na minha casa e pegassem tudo.” Geladeira, fogão, DVD, um a um, todos os móveis e eletrodomésticos foram trocados por pedras brancas. “Só não troquei a vida”, diz André, que está internado numa clínica ligada a uma ONG em Rio Branco. Ele afirma que só buscou tratamento porque, desempregado, não tinha mais dinheiro para abastecer o vício.

Na última semana, as polícias de quatro Estados anunciaram as primeiras apreensões de oxi

Paulina Duarte, da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), diz que o governo federal está avaliando o impacto do oxi. Junto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Senad está finalizando uma pesquisa sobre o uso de derivados de cocaína no país. O estudo incompleto sugere que, pela facilidade com que é produzido, o oxi pode subverter a lógica usual do tráfico. “Não há um fornecedor fixo que distribui um só produto”, diz Paulina. “A droga é produzida em casa, de forma primitiva e artesanal.” Uma nova organização do tráfico poderia exigir uma mudança na forma de repressão policial. “Para combater o oxi, não temos de caçar apenas grandes traficantes”, afirma Paulina. “Precisaremos de uma polícia ativa, que atue diretamente nos pontos urbanos.”

Também é preciso que o serviço de saúde tenha exata noção das substâncias que compõem o oxi, a fim de entender seus efeitos e propor tratamento adequado. Por enquanto, faltam estudos laboratoriais que atestem a composição da substância. Na década de 1980, a Alemanha queria montar uma política para diminuir as mortes provocadas por overdose de heroína. Descobriu-se que o que estava matando era uma versão da droga com aditivos. Somente a partir dessa constatação o serviço de saúde organizou a melhor forma de tratamento. O Brasil suspeita, mas não tem certeza, do que é feito o oxi. Saber é o primeiro passo de uma longa batalha contra a nova droga.

 

Oxi pode matar 30% dos usuários em apenas um ano

Uma droga mais devastadora do que o crack invade as ruas das cidades por todo Brasil.

O crack apareceu nos anos 80 nos Estados Unidos. Nós não tomamos nenhuma medida preventiva. Sequer educamos as crianças. O que aconteceu? A primeira cracolândia se estabeleceu em São Paulo e a droga se espalhou pelo Brasil inteiro. As estimativas são de que existam 1,2 milhão de usuários de crack pelo país. É uma epidemia. Agora surge o oxi. Uma preparação mais bruta, mais barata da cocaína e ainda mais destruidora do que o crack. É difícil prever o que vai acontecer? Nós vamos assistir passivamente à disseminação do oxi pelo Brasil inteiro? Nós não vamos fazer nada?

“O oxi é um tipo de crack adulterado. Fundamentalmente todos eles vêm da pasta base de cocaína. É fundamentalmente você colocar nesta pasta base ou querosene, ou gasolina ou cal. E você vai transformar de uma forma muito tosca, com uma tecnologia muito tosca, um subproduto do crack, mais adulterado, que tem as características de ser mais barato, mais poderoso, e mais de fácil acesso para o usuário”, explica Ronaldo Laranjeira, psiquiatra da Unifesp.

O oxi entrou no Brasil há sete anos pelas fronteiras que o Acre faz com a Bolívia e o Peru. Ficou restrito ao norte do país até este ano, quando se espalhou por diversos estados. A primeira apreensão de oxi na cidade de São Paulo foi em março deste ano de 2011. É possível que o oxi já existisse antes?

“Eu acredito firmemente nisso. É muito provável que esse produto já estivesse em circulação pelo menos naquela região da cracolândia há mais tempo”, acredita Wagner Giudice, diretor do Denarc.

Quando você fuma o oxi, o querosene provoca náuseas, vômitos, tosse, sensação de sufocamento, tremores e até convulsões. Os vapores de cal irritam os olhos, provocam perda parcial da visão e cegueira. O oxi queima por onde passa. Boca, garganta, brônquios e pulmões ardem. Você pensa que está fumando cocaína, mas na verdade está se envenenando com querosene e cal.

“Quando ele vai ser queimado fica o resíduo da não queima de parte da querosene. A fumaça que sai é a fumaça que vai ser inalada. Querosene, cal. E nós temos o resíduo que sobra, uma espécie de uma graxa. O cheiro de combustível pela queima do querosene. A sobra é esse líquido oleoso, conhecida como oxi ou oxidado porque ele fica realmente oxidado”, explica um delegado.

“Eu acredito que o oxi pode alcançar muito rapidamente os consumidores de crack. O crack alcançou mais de 90% das cidades brasileiras por ser uma droga conhecida como barata. O oxi é mais barato do que o crack”, acredita Wagner Giudice, diretor do Denarc.

“Fizeram uma pesquisa de um ano com cerca de cem usuários e constataram que, em um ano, 30% desses usuários acabaram morrendo em razão dos efeitos dessa droga lá no Acre. Hoje, o oxi chega em uma zona onde o pessoal já está com graves problemas de saúde. A maioria dos que estão na Cracolândia sofre de AIDS, sofre de tuberculose, e, por incrível que pareça, sarna, em razão da promiscuidade que eles estão vivendo. Então o oxi entrando em um campo desses realmente vai causar mais malefícios”, alerta Reinaldo Corrêa, delegado do Denarc.

Marcos Antônio é um usuário de oxi e crack em tratamento. A dependência o fez roubar objetos da família e morar na Cracolândia.

“Passei três noites lá. Eu vi crianças de 7 anos de idade na fissura, ameaçando pessoas para dar um trago. Por ele ser muito barato, está entrando como uma avalanche no mercado. Lá na Cracolândia você compra trago por R$ 0,50. A gente se sente uma escória, a gente se sente um verme ali”, conta Marcos. “Vi que eu precisava me internar no momento em que vi meus filhos abandonados. Tenho duas filhas adolescentes.”

Uma droga devastadora como o oxi destruirá um número incalculável de usuários e famílias. Dependência química não é caso de polícia. É doença que precisa ser enfrentada com medidas preventivas e assistência médica para tratamento dos dependentes. Estamos diante de uma tragédia anunciada: o oxi. Ainda dá tempo para reagir.

 

Polícia Federal evita tratar oxi como novidade para não fazer propaganda da droga

Enquanto as apreensões de óxi se espalham pelo Brasil, a Polícia Federal evita tratar a droga como novidade, ainda que na receita do entorpecente constem ingredientes diferentes dos encontrados no crack.

No campo científico, peritos da PF afirmam que as pesquisas feitas com amostras de óxi apreendidas nas ruas de Rio Branco, no Acre, por onde a droga entrou no país, não apresentaram elementos suficientes para caracterizá-la como diferente do crack, do merla ou da pasta base da folha de coca.

“O óxi é um derivado da cocaína, assim como o crack. Não é uma droga nova, é a mesma cocaína apresentada de outra forma”, afirma Oslain Santana, coordenador da repressão a entorpecentes da Polícia Federal.

Peritos da PF iniciaram nessa terça-feira (17), pela primeira vez, uma série de análises detalhadas de exemplares de óxi. As pesquisas devem terminar no final deste mês. Ao final dos testes, os peritos apresentarão uma conclusão técnica se o óxi pode ou não ser considerado uma droga nova.

A pasta base da folha de coca, obtida nos países andinos (Bolívia, Peru, Colômbia e Equador), é a matriz da cocaína em pó (cloridrato), crack, merla e também do óxi. A pasta é obtida a partir da mistura da planta triturada com componentes tóxicos, como ácido sulfúrico, cal, cimento, entre outros componentes tóxicos.
No óxi, a pasta base é misturada com algum combustível -querosene, gasolina ou água de bateria (ácido sulfúrico) e cal virgem, componentes corrosivos e extremamente danosos ao organismo-, enquanto que no crack aplica-se bicarbonato de sódio e amoníaco ou éter, componentes mais caros do que os usados no óxi.

A perícia diz que os mesmos produtos que podem ser aplicados na transformação da pasta base em óxi já são utilizados no processo anterior, de obtenção da pasta a partir da folha de coca. Dessa maneira, os peritos apontam que há muitas semelhanças entre o óxi e a pasta base, o que desbancaria a tese do óxi como droga nova. Santana afirma  que os danos e efeitos do óxi no organismo do usuário não diferem muito dos causados pelo crack e que não há estudos comprovando que o óxi é mais devastador.

No entanto, de acordo com o psiquiatra Dr.Pablo Roig, diretor da clínica Greenwood, especializada em dependência química, o óxi é mais letal que o crack por duas razões. Primeiro, por conta dos componentes adicionais –cal e combustível. Além disso, em razão da quantidade do princípio ativo da cocaína, que no óxi é de 60% do composto, um pouco superior ao encontrado no crack.

Além disso, segundo ele, a maioria dos usuários de óxi intercala as inaladas com doses de álcool para controlar a sensação de abstinência causada pela droga, o que ataca o fígado e o sistema digestivo, fazendo com que os usuários tenham diarreia e vômito. Muitos usuários de óxi apresentam aparência amarela por conta dos efeitos da droga no fígado.

“O álcool com a substância da cocaína forma o cocaetileno, que pode provocar esteatose hepática (gordura no fígado) e cirrose. O cocaetileno também é tóxico para o miocárdio, o que pode também provocar morte súbita”, afirma Roig.

Em 13 Estados e no DF

Até o final de abril, havia registros de ocorrência do óxi em 10 Estados –Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Goiás, Pernambuco, Mato Grosso do Sul , Piauí, São Paulo– e no Distrito Federal. Nas últimas duas semanas, a droga se espalhou para Paraná, Bahia e Rio Grande do Sul. Em São Paulo, até o início do mês não havia ocorrido apreensões de óxi. De lá para cá, foram pelo menos cinco, a maior delas na segunda-feira (16), quando 5.000 pedras de óxi foram encontradas na favela de Heliópolis, na zona sul da capital.

De acordo com Santana, a PF não pretende colocar em prática operações específicas de combate ao óxi, que entra pelo Brasil a partir das fronteiras com Peru, Bolívia e Paraguai. “Não tem como você planejar uma operação específica. Manteremos uma atuação de fiscalização nos postos de fronteira e continuaremos com um trabalho ostensivo em toda a fronteira”, disse.

Ele afirma que a PF prioriza suas ações contra o tráfico atacadista, o que, segundo ele, traz resultados mais eficientes, e que cabe às polícias civis a repressão ao tráfico no varejo, forma predominante na distribuição do óxi.

O Ministério da Justiça e a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) ainda não se posicionaram oficialmente sobre o óxi, nem têm previstas ações ou campanhas contra a droga. O Ministério da Saúde não tem dados sobre internações de usuários de óxi no SUS (Sistema Único de Saúde) ou nas unidades do Caps (Centros de Atenção Psicossocial).

Para o jurista e professor Walter Maierovitch, o Estado brasileiro está demorando para agir contra o óxi. “Na Europa, assim que surge uma droga, eles acendem um sinal de emergência e se mobilizam para impedir a expansão. No Brasil, estão esperando o óxi sair do controle para levantar o sinal de emergência. Está na hora de acender a luz, traçar políticas nos três níveis de governo para conter o avanço da droga”, aponta.

Denarc faz apreensão de oxi em favela da Zona Sul de SP

Apreensão da droga aconteceu na tarde desta segunda-feira (16).
Cerca de 5 mil pedras foram apreendidas em favela.

O Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) de São Paulo realizou nesta segunda-feira (16) uma apreensão de 5 mil pedras de oxi – droga com poder destrutivo maior que o do crack. Segundo a polícia, é a maior apreensão da droga já feita no estado.O oxi é uma mistura de cocaína com cal virgem e combustível, querosene ou gasolina, e pode levar água de bateria.As pedras de oxi foram encontradas na Favela de Heliópolis, na Zona Sul de São Paulo. A polícia acredita que a intenção era distribuir a droga na região da Cracolândia, região central da capital.A droga foi encaminhada para a sede do Denarc no Bom Retiro, Centro de São Paulo.

fonte: g1.com.br

Uma droga pior que o crack

Aumenta o consumo de oxi em São Paulo; além de mais barata e mais viciante, a pedra é também mais danosa para a saúde e mata

No começo deste mês, o Denarc (Departamento de Narcóticos) da Polícia Civil de São Paulo fez as duas primeiras apreensões — a última, na sexta-feira —, da droga conhecida como oxi, que tem colocado em alerta especialistas e autoridades da área de saúde por ser mais barata, viciante e danosa do que o crack.

O oxi mostra seus efeitos logo na primeira semana de consumo. Com vômito e diarreia frequentes, alguns viciados podem perder até 10 kg em menos de um mês. O usuário apresenta problemas no aparelho digestivo, complicações renais, além de dores na cabeça e náuseas, que se tornam constantes. As gengivas são perfuradas e os dentes danificados (ficam porosos e podem cair).

Tem mais: as substâncias do oxi atingem principalmente o fígado, a faringe e os pulmões. “Praticamente todas as via respiratórias sofrem um grande comprometimento, o que pode levar à morte rapidamente alguém que tenha asma ou algum problema cardíaco”, afirma Marta Jezierski, diretora do Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), ligado à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

Assim como o crack, o oxi é feito a partir da pasta base da cocaína e passa por um processo no qual outros produtos são acrescentados para se obter a pedra. O crack vem da mistura com amoníaco e bicarbonato de sódio, enquanto o oxi é feito com cal virgem, combustíveis (querosene, gasolina ou diesel) e outros oxidantes (daí a origem do seu nome), como explica Ana Cristina Fulini, especialista em dependência química da Clínica Maia Prime, em São Paulo: “São produtos mais baratos, que reduzem bastante o preço da droga, tornando-a uma alternativa para o usuário de crack”.

Embora a droga só tenha sido apreendida pela polícia recentemente, relatos apontam que o oxi já é bastante popular no norte do país, principalmente no Acre e no Amazonas. Chegou à capital de São Paulo nos últimos sete meses e tem sido amplamente usada entre viciados em crack. “Os pacientes informam sobre um tipo de pedra de crack mais barata e com efeito mais forte desde o ano passado”, conta Ana.

Um fator que contribui para rápida adesão do usuário é a concentração de cocaína, mais alta no oxi, chegando a 80%, embora a pureza seja menor em consequência do excesso de ingredientes. O crack apresenta uma concentração de 40%. Essa diferença também torna o efeito do oxi mais rápido e potente, aumentando a sedução para o uso.

Segundo Marta Jezierski, os usuários de oxi em São Paulo consomem a droga pensando ser crack. “Na hora da fissura, dificilmente essas pessoas se perguntam o que é, alguns só sabem que é mais barato e forte”, diz ela, alertando para o fato de que o oxi, em comparação com o crack, aumenta a paranóia e os surtos psicóticos.

1,4 toneladas foram apreendidas no Acre desde 2009

Fronteiras
Em 2005, o Ministério da Saúde alertou para o aumento de usuários de oxi no estado do Acre. A droga chegou pelas fronteiras da Bolívia e do Peru, onde há relatos de seu uso desde a década de 1980.

Falta de mapeamento
Ainda não há qualquer tipo de mapeamento do uso do oxi nas principais capitais brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro. “O Cratod lançará um estudo específico na próxima semana”, afirma a coordenadora Marta Jezierski.

Mais barata
Enquanto o crack custa até R$ 10 por pedra, o oxi pode ser encontrado por R$ 2. A droga tem sido apelidada em São Paulo de “Hulk” e “Kryptonyta”, em referência à sua cor mais esverdeada.

fonte: http://www.redebomdia.com.br/