O submundo das drogas VEJA

Em matéria publicada na Revista Veja por André Mattos, um dos especialistas da Clínica Greenwood, psiquiatra Pablo Roig fala sobre os números alarmantes sobre drogas como a constatação que o uso de crack aumentou em 60%. Abaixo a reportagem na íntegra. Leia mais

Depoimento sobre a Clínica Greenwood na CMI Brasil

O artigo escrito por Carlos é um depoimento sincero de um paciente da Clínica Greenwood que ficou internado por 6 meses para tratar seu vício por diversos tipos de drogas. O depoimento foi escrito 11 meses depois da internação e publicado na CMI Brasil, Centro de Mídia Independente.

Depoimento sobre a Clínica Greenwood

A Clínica Grenwood foi a primeira clinica que fiquei internado. Fiquei internado na clínica Greenwood por 06 meses.

O sistema de regras é rígido mesmo.  A equipe da clínica composta de médicos e psicólogos faz coisas que eu nem sempre acreditava e/ou aceitava.  Porém, hoje, já com 11 meses após minha saída da clínica, concordo plenamente com tudo que presenciei ou vivi.

Quando fui internado, estava me matando de tanta consumir drogas, e o pior estava matando as pessoas que mais amo, (meus pais, irmãos e esposa).  No período que estive internado, resgatei meus valores básicos, aqueles ensinados desde a infância.

Hoje estou bem, fortalecido e principalmente preparado para enfrentar as frustrações do dia a dia, sem precisar recorrer a drogas.

Os pacientes que na minha época necessitaram ficar no COI, (centro de observação intensiva), estavam atentando contra a vida de alguém ou principalmente contra a própria vida.

Hoje vejo, que não é porque discordo ou me frustro com algumas regras que preciso me drogar. Até mesmo esse direito de protestar, não concordar etc…, aprendi com a equipe da clínica a expressar de forma correta e assertiva.

Não estou defendendo com unhas e dentes a clínica ou a equipe de profissionais, porém serei sempre grato a eles por terem salvo minha vida e me devolvido o direito de vivê-la plenamente. Carlos

Email: carlosadv3556@hotmail.com

Conheça a clínica Greenwood, onde está internado Fábio Assunção

A Clínica Greenwood mais uma vez foi destaque na revista Quem que falou sobre a recuperação de de Fábio Assunção.

Reportagem sobre Fábio Assunção e Clínica Greenwood

Imagem de Fábio Assunção em tratamento na Clínica GreenwoodA 35 quilômetros da capital paulista, a Clínica Greenwood tem decoração simples, quartos compartilhados e regras estritas para os até 30 pacientes

Há pouco mais de um mês, o ator Fábio Assunção saiu de cena. Deixou a rotina de gravações da novela Negócio da China, no Rio de Janeiro, para se tratar de dependência química. O local escolhido foi a Clínica Greenwood, no município paulista de Itapecerica da Serra, a cerca de 35 quilômetros da capital – a mesma que abrigou, por um ano, o ex-jogador e comentarista de futebol Walter Casagrande Júnior.

Apesar de isolado, Fábio não está internado em nada parecido com um hospital. Cercada por um jardim bem cuidado, com piscina e quadra poliesportiva, a Greenwood fica em uma casa branca, limpa, com decoração antiga de móveis de madeira pesados tanto nos quartos quanto nas áreas comuns, conforme relatam ex-internos ouvidos com exclusividade por QUEM. Localizada num condomínio de classe média alta, tem esquema de segurança discreto. Na entrada do condomínio, não há porteiros ou seguranças. Na casa, apenas um portão com interfone. Mas a Greenwood tem uma equipe de 60 profissionais, entre médicos, enfermeiros, pessoal de serviços, seguranças e outros. São dois profissionais para cada paciente – 30 no máximo. Esses “hóspedes”, na maioria homens, jovens de famílias abastadas, se dividem entre quartos individuais até quádrupulos, todos suítes. Os preços variam de 13 mil a 22 mil reais por mês, dependendo do tipo de acomodação.

Passada a fase inicial de diagnóstico, de um mês, os pacientes são divididos em dois grupos de terapia: G1 e G2. Quem acabou de entrar na clínica vai sempre para o G2, o grupo daqueles que ainda não desenvolveram consciência sobre sua condição de dependente químico. Para passar para o G1, o paciente precisa aceitar a idéia de que nunca mais poderá usar substâncias químicas em geral, incluindo bebidas alcoólicas.

Não há tempo determinado para a duração dessa etapa. Conforme entrevista dada à revista Época em abril, aos sete meses de internação, Casagrande levou quatro meses até a aceitação do tratamento e ficou oito meses no G2, sem poder sair da clínica, receber visitas ou mesmo falar ao telefone. Dentro da Greenwood, ninguém usa celular ou internet.

REGRAS DE CONDUTA

Imagem da da Clínica GreenwoodPertencer ao G1, no entanto, não é garantia de passe livre. As visitas são só nos finais de semana e os telefonemas, controlados.

Além disso, um paciente do G1 pode perder o direito a receber visitas se não se comportar bem. Tanto G1 quanto G2 seguem um sistema de penalização com contagem de pontos.

Todos acordam com 10 pontos de crédito, que podem perder ou manter ao longo do dia, conforme seu comportamento. Chegar atrasado para atividades como trabalho na horta e sessões de terapia, por exemplo, significa pontos a menos.

Ao fim da semana é feita uma média. Quanto mais baixa for, menos regalias terá o paciente.

No caso do G1, visitas e telefonemas são considerados regalias. O uso da piscina, o direito de dormir mais tarde e poder beber refrigerante no fim de semana são regalias para todos.

ROTINA

Imagem do quarto standard da Clínica GreenwoodAs terapias de grupo e individuais ocupam boa parte da rotina na Clínica Greenwood. O dia na clínica começa cedo, às 7h, com atividades esportivas. Depois os pacientes tomam café-da-manhã e seguem para seus grupos de terapia. Param para almoçar e, lá pelas 17h, encerram as atividades com uma sessão de relaxamento. Após o jantar, podem ver TV a cabo nas áreas comunitárias.

Existem regras rígidas. O cigarro, por exemplo, é permitido, mas desestimulado. Apenas dois pacientes por vez podem fumar, sempre de pé e sem conversar entre si. Namoros são expressamente proibidos e a arrumação dos quartos é obrigatória, sob pena de se perderem pontos e regalias.

O paciente recebe tarefas para benefício coletivo, como ajudar na horta que fornece alimentos à cozinha. “As minhas são tirar o café-da-manhã, limpar a sala de grupo e pôr o gelo na mesa das refeições. Na quinta, coloco as roupas para lavar e as penduro. Na sexta, eu as tiro do varal”, descreveu Casagrande enquanto estava na clínica.

A família dos pacientes da Clínica Greenwood também precisam se envolver no tratamento. Mesmo quando não há visitas, pais, irmãos, cônjuges e filhos devem também fazer terapia em uma filial da Greenwood no bairro do Ibirapuera, em São Paulo.

Consumo compulsivo e negociação de dívidas

O programa Sem Censura recebe a psicóloga Monique Brandão de Freitas, da clínica greenwood para falar sobre o consumo compulsivo.

Cresce grupo de apoio a comprador compulsivo

No dia em que o contador de 31 anos não conseguiu mais pagar a comida nem o passe de ônibus, entendeu que tinha um problema.

“Cheguei ao fundo do poço em três anos. Devia cerca de R$ 35 mil quando ganhava R$ 1.000 por mês.”

O contador, que não quer se identificar, participa de reuniões do Devedores Anônimos em São Paulo, um grupo de apoio a pessoas que sofrem de compulsão pelas compras (oniomania).
Desde 2010, três grupos desse tipo foram abertos na capital paulista, na Grande São Paulo e no Rio de Janeiro. Em São Paulo, o grupo mais antigo, que funciona nos Jardins desde 1998, aumentou o número de encontros de um para dois por semana desde janeiro.

E clínicas privadas, como a Greenwood, começaram a tratar a doença junto com a dependência química.

MAIS CRÉDITO

“Nos últimos cinco anos, percebemos, com a maior facilidade de obtenção de crédito, um aumento dos problemas dos compradores compulsivos”, diz Marcelo Niel, especialista da área de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo.

“É o mesmo fenômeno que ocorreu com a abertura dos bingos na cidade, quando registramos um aumento da dependência pelo jogo”, acrescenta o especialista, que destaca a incidência do problema entre os mais pobres.

Com uma dívida de R$ 3 milhões com bancos, um empresário de 45 anos, que também não quer se identificar, teve de mudar completamente o estilo de vida para tentar superar a doença.

“Minha compulsão por comprar era tão forte que chegava a gastar R$ 400 em molho italiano no supermercado. Endividei minha empresa, minha família”, diz, na saída da reunião do grupo de apoio nos Jardins.

Juan Pablo Roig e Monique Brandão, psicólogos da clínica Greenwood, dizem que, na patologia, a compra funciona como uma droga. Além disso, as pessoas que sofrem de oniomania costumam ter outros vícios, como as próprias drogas ou sexo.

Indicadores mostram um aumento preocupante da inadimplência no Brasil. Segundo o Banco Central, a taxa chegou a 8% em maio, o maior nível desde 1999.

De acordo com levantamento da Serasa Experian, 60% dos inadimplentes têm dívidas superiores ao valor total da renda.

Nem todas as pessoas afogadas em contas, no entanto, sofrem de uma doença, mas há sinais –por exemplo, se os débitos são maiores que o patrimônio– que podem indicar um problema sério.

“Não é porque uma pessoa cria novas dívidas que ela tem a doença. Na maioria dos casos, os problemas são por falta de educação financeira”, diz o consultor Marco Gazel.

Texto: MARÍA MARTÍN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Link

 

 

 

 

 

 

A maioria dos brasileiros se enrolou com pequenas dívidas

A maioria dos brasileiros se enrolou com pequenas dívidas do dia a dia, usando o cheque especial e o cartão de crédito.

O Brasil tem mais famílias endividadas e as dívidas estão cada vez maiores. Uma pesquisa recente mostra que o número de pessoas que não conseguem pagar as contas aumentou 19% no primeiro semestre.

Por isso, a maior cidade do Brasil – São Paulo – começa nesta quarta-feira (25) uma feira para ajudar quem está enrolado com as contas. Além de equilibrar o orçamento, o consumidor tem que controlar o impulso de comprar mais e mais.

Para muita gente, as compras se transformaram em uma compulsão, parecida com um vício. Mas, a maioria dos brasileiros se enrolou com pequenas dívidas do dia a dia, usando o cheque especial e o cartão de crédito.

As nossas dívidas estão maiores do que nunca. Aumentou demais o número de consumidores que não estão conseguindo pagar o que devem.

A inadimplência no país aumentou mais de 19% no primeiro semestre com relação ao mesmo período do ano passado. Segundo levantamento feito pela Serasa, 60% dos inadimplentes tem dívidas acima da própria renda.

Quem já sofreu com dívidas aprendeu algumas lições básicas, principalmente com relação ao cartão de crédito.

Tem gente que se encanta com um produto, mesmo que não precise dele. Com a internet ficou muito mais fácil fazer compras, e o ato de comprar foi virando quase um vício. A pessoa começa a comprar e não consegue mais parar.

Alguns psicólogos e psiquiatras chegam a tratar o comprador compulsivo como se ele fosse um dependente químico.

“Alguns pacientes dependentes químicos que também eram compradores compulsivos relatavam uma euforia muito semelhante a que eles tinham quando usavam cocaína, no momento que eles tinham a compra. E depois da compra, geralmente eles têm uma angústia, uma sensação de fracasso”, explica o Médico Juan Pablo Roig Albuquerque.

“O que é saudável é a pessoa saber o que ela pode. E agora o que não é saudável é quando ela compra mais. Dez vezes mais do que ela ganha, 20 vezes mais do que ela ganha. E o sofrimento é muito grande”, afirma a psicóloga Monique Brandão de Freitas.

Fonte: Bom Dia Brasil

Inadimplência aumenta mais de 19% no 1º semestre no Brasil

A maioria dos brasileiros se enrolou com pequenas dívidas do dia a dia, usando o cheque especial e o cartão de crédito.

O Brasil tem mais famílias endividadas e as dívidas estão cada vez maiores. Uma pesquisa recente mostra que o número de pessoas que não conseguem pagar as contas aumentou 19% no primeiro semestre.

Por isso, a maior cidade do Brasil – São Paulo – começa nesta quarta-feira (25) uma feira para ajudar quem está enrolado com as contas. Além de equilibrar o orçamento, o consumidor tem que controlar o impulso de comprar mais e mais.

Para muita gente, as compras se transformaram em uma compulsão, parecida com um vício. Mas, a maioria dos brasileiros se enrolou com pequenas dívidas do dia a dia, usando o cheque especial e o cartão de crédito.

As nossas dívidas estão maiores do que nunca. Aumentou demais o número de consumidores que não estão conseguindo pagar o que devem.

A inadimplência no país aumentou mais de 19% no primeiro semestre com relação ao mesmo período do ano passado. Segundo levantamento feito pela Serasa, 60% dos inadimplentes tem dívidas acima da própria renda.

Quem já sofreu com dívidas aprendeu algumas lições básicas, principalmente com relação ao cartão de crédito.

Tem gente que se encanta com um produto, mesmo que não precise dele. Com a internet ficou muito mais fácil fazer compras, e o ato de comprar foi virando quase um vício. A pessoa começa a comprar e não consegue mais parar.

Alguns psicólogos e psiquiatras chegam a tratar o comprador compulsivo como se ele fosse um dependente químico.

“Alguns pacientes dependentes químicos que também eram compradores compulsivos relatavam uma euforia muito semelhante a que eles tinham quando usavam cocaína, no momento que eles tinham a compra. E depois da compra, geralmente eles têm uma angústia, uma sensação de fracasso”, explica o médico Juan Pablo Roig Albuquerque.

“O que é saudável é a pessoa saber o que ela pode. E agora o que não é saudável é quando ela compra mais. Dez vezes mais do que ela ganha, 20 vezes mais do que ela ganha. E o sofrimento é muito grande”, afirma a psicóloga Monique Brandão de Freitas.

Fonte: Bom Dia Brasil

Internet causa dependência no cérebro

Excesso de uso na rede causa alterações no órgão

Um estudo publicado na revista científica “Plos One” constatou que o uso excessivo da internet causa alterações no cérebro. No órgão de pessoas dependentes da rede constataram-se células nervosas que não conseguiam fazer conexões necessárias.

Os cientistas constataram que essas pessoas tinham dificuldade de ter atitudes simples do dia a dia como tomar decisões, ter autocontrole e controlar as emoções. Passar horas diante do computador causa no organismo o mesmo sintoma da dependência química, concluíram os cientistas.

Ao estudarem os cérebros das pessoas dependentes da internet, os pesquisadores descobriram anomalias na substância branca no córtex orbito-frontal e em outras áreas cerebrais. Essas características também são notadas em quem tem dependência a substâncias químicas como o álcool e a cocaína.

Vício em games pode causar depressão, fobia e ansiedade em crianças e adolescentes

Problema afetaria aqueles que jogam em torno de 30 horas semanais

Os pais já podem recorrer a uma tese científica para regular o tempo que as crianças passam diante do videogame. Estudo que será publicado na edição de fevereiro da revista Pediatrics defende que a dedicação excessiva aos games pode causar depressão, fobia social e ansiedade em crianças e adolescentes.

Para a realização do estudo, 3.034 estudantes do terceiro ao oitavo ano (equivalente ao ensino fundamental brasileiro) de cinco escolas de Singapura, na Ásia, foram questionados acerca de seus hábitos de jogo. Os resultados mostraram que 9% dos estudantes podem ser considerados jogadores patológicos, segundo padrões da Associação Americana de Psiquiatria: eles dedicam, em média, 31 horas semanais aos games. Já os estudantes que não foram considerados viciados chegaram a 19 horas semanais.

“Ao se tornarem viciados, crianças e adolescentes têm mais chances de desenvolver depressão, fobias sociais e ansiedade. Além disso, podem ter as menores notas na escola”, diz Douglas Gentile, um dos autores da pesquisa. “No entanto, o problema não ocorre durante toda a vida: quando a criança deixa o vício, esses sintomas diminuem”, acrescenta.

Para que os excessos de videogame sejam considerados doença, é preciso que afetem várias áreas da vida, como desempenho escolar, relacionamento com amigos e familiares.

Especialistas: combate ao crack só decola com capacitação de profissionais

Depois de a presidente Dilma Rousseff lançar o Programa Nacional de Combate ao Crack, no fim do ano passado, um acordo entre o governo do Estado do Rio de Janeiro e os ministérios da Justiça e da Saúde deve ser assinado nos próximos dias, fixando as medidas a serem adotadas no estado nos próximos meses. A tentativa é de conter o avanço da droga – considerada uma das mais nocivas atualmente e que seduz cada vez mais adultos e, principalmente, adolescentes e crianças. Para especialistas ouvidos pelo Jornal do Brasil, a maior dificuldade enfrentada para recuperar os usuários deste narcótico no Rio de Janeiro tem sido a falta de profissionais especializados e a ausência de atendimento médico adequado.

Em 2011, as ações da Secretaria Municipal de Assistência Social retiraram 3.195 usuários de crack das ruas. Destes, 475 são crianças ou adolescentes. As vagas para internação compulsória, no entanto, não passam de 194, em quatro Centros Especializados de Atendimento à Dependência Química (CEADQs).

A ausência de leitos parece não ser novidade para o governo federal, já que o ousado programa, intitulado “Crack: É Possível Vencer”, prevê a internação hospitalar dos dependentes, a criação de leitos em hospitais públicos para atendimento dos usuários e até a implantação de consultórios nas ruas das cidades brasileiras.

Para a diretora do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Atenção ao uso de Drogas (Nepad), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Ivone Ponczek, o governo federal deve fixar as ações do plano ciente de que a abordagem e o tratamento são questões médicas e não apenas de segurança pública.

“Na cidade do Rio de Janeiro o acolhimento de dependentes químicos mais parece perseguição aos camelôs. A questão é médica. Não basta correr atrás das crianças e interná-las. É preciso tratá-las e há uma carência no tratamento, pois faltam profissionais que saibam tratar dependentes de crack não apenas no Rio, mas no país inteiro”, sentenciou a psicanalista.

Com relação ao modelo de internação compulsória, adotado pelo prefeito Eduardo Paes há menos de um ano, Ivone Ponczek também aponta deficiências. “A internação compulsória deve ser menos policialesca. É preciso um atendimento à população refém desta droga. Jogar os dependentes em abrigos não adianta nada, porque não recupera-se ninguém”.

Para o médico e vereador do Rio, Paulo Pinheiro (PSol), há um alarde em torno do plano de enfrentamento do crack.

“Os governos fazem muito carnaval com relação às políticas públicas. No Rio, não faltam recursos. A Prefeitura gastou mais de R$ 100 milhões em propaganda. Não basta retirar estas crianças da rua. É preciso capacitar e contratar profissionais da área médica, como psicólogos e psiquiatras, para que o tratamento seja feito adequadamente. Se isto não for feito, não vai haver combate nenhum ao crack e a esta medida da Dilma Rousseff vai ser muito ousada no papel e inexistente na prática”, destacou o parlamentar.

Centro, Jacarezinho e Manguinhos são foco do governo federal

Para traçar as principais necessidades para a execução do plano nas 27 unidades federativas do país, uma comitiva de técnicos do Ministério da Saúde estão percorrendo os estados brasileiros. As visitas começaram em fevereiro e vão até abril.

No estado do Rio de Janeiro, um relatório que deve ficar pronto na próxima semana, vai apontar os principais problemas para o enfrentamento do crack em território fluminense. Já no caso do município do Rio, três áreas já foram destacadas como de “urgência”: as favelas vizinhas Manguinhos e Jacarezinho e o bairro do Centro.

A instalação de leitos para atender os dependentes destas áreas, no entanto, surpreende. Apenas 20 leitos serão lançados para atender os usuários do Centro. Nas outras duas regiões ainda não há uma estimativa de leitos necessários.

“Aos poucos vamos criar os leitos necessários para atender os dependentes”, defendeu-se o coordenador do Departamento de Saúde Mental do Ministério da Saúde Roberto Tykanori.