Live Greenwood :na quarentena, acompanhamento terapêutico por skype e celular

 

 

 

Acompanhamento Terapêutico seguro para dependentes de drogas nesta epidemia da COVID-19 será tema do INSTITUTO GREENWOOD DE ENSINO E PESQUISA, AMANHÃ, quarta-feira, às 20h, no Facebook do Instituto. O Diretor da Clínica Greenwood, psiquiatra Pablo Miguel Roig, CRM 24968 ,vai explicar que na clínica esse atendimento vem sendo feito através de vídeochamada por celular ou por Skype. “O Acompanhamento Terapêutico teve seu campo de ação limitado pela quarentena, o que nos levou a criar programas online dessa especialidade, com a finalidade de organizar e orientar, mesmo à distância, os pacientes, possibilitando fazer atividades diferentes sem perder o vínculo terapêutico.” A CLÍNICA GREENWOOD foi a primeira a criar, em março, o PROTOCOLO DE PREVENÇÃO CONTRA A COVID-19.

PARTICIPAÇÃO NA LIVE DE Ms. Lucas Cortelletti Uchôa – CRP: 06/90625
Psicólogo Clínico e de Grupo, Mestre em Psicologia como Ciência e Profissão e Acompanhante Terapêutico da Clínica Greenwood

A mediadora será
Helena Mª Parolari – CRP: 06/24199
Psicóloga Clínica e Familiar, Neuropsicóloga e
Diretora Executiva do Instituto Greenwood Centro de Ensino e Pesquisa

ANOTE NA SUA AGENDA:
01/07/2020
20h
Local da Live pelo Link Abaixo:
https://www.facebook.com/greenwoodinstituto
Mais informações: Whatsapp- http://bit.ly/2Gt6GlT

“Medicina, Psicologia e Enfermagem não ensinam como tratar doença já epidemia no Brasil: dependência de droga. Adictologia”, explica o dr. Pablo Roig

ARTIGO  DO PSIQUIATRA PABLO MIGUEL ROIG, CRM 24968***

Em uma publicação anterior, frisava como a dependência química está carregada de preconceito por nossa sociedade, que mantém uma posição indiferente para com essa doença que atinge um grande número de indivíduos, que afeta a comunidade com o aumento da violência, do ausentismo laboral, do abandono de projetos de formação, o agravamento da morbidade, tendo um custo econômico-social astronômico e dano pessoal para o doente e sua família. Paradoxalmente, esta situação patológica não é observada ao se formarem profissionais da saúde, já que se analisarmos os programas das faculdades de medicina, psicologia, assistência social e enfermagem e não há informação suficiente para que os responsáveis para abordar estas situações mórbidas tenham a expertise para desempenhar sua função. Para problemas complexos, soluções complexas…

 Os pacientes de uma certa gravidade devem ser tratados por equipes que preencham os requisitos para atuar eficientemente contra esta doença multideterminada e com alcance amplo. Os adictos são vítimas de um morbo bio-psico-neuro-genético-socio-tóxico, devendo ter tratamentos que sejam orientados para o enfrentamento de uma entidade ampla, que atinge os aspectos vitais de suas vítimas. Se analisamos o problema com esta seriedade, não podemos negligenciar nenhum dos aspectos essenciais terapêuticos. Não basta para esta tarefa que os responsáveis pelo enfrentamento usem os conhecimentos dos cursos universitários, o treinamento como conselheiros, os grupos de mútua ajuda, se não se entende que a adicção supera os esforços individuais ou a falta de experiência especificamente nesta área. Vemos frequentemente o fracasso dos intentos terapêuticos, mesmo os mais bem intencionados, que geralmente não são suficientemente abrangentes e que dão a esta “especialidade” a má fama de que não há possibilidade de reabilitar os dependentes em forma duradoura. Na nossa instituição, recebemos casos com inúmeras internações anteriores, e que não se sustentam pelo fato de não possuírem os meios terapêuticos que dão continência, vínculo e um projeto de ressocialização posterior ao trabalho intensivo, multidisciplinar, de equipe de abordagem múltipla, realizado frequentemente por meio de internação. As condições para um tratamento eficiente, foram bem descritas inicialmente pelo NIDA e revista no ano 2.000 que inicialmente listou as características da abordagem terapêutica, constando em treze itens essenciais. Recomendo sua leitura: (colocar os itens do NIDA)

Neste momento, em que estamos sendo atingidos por um vírus novo que mobilizou a comunidade mundial, vemos inúmeras publicações científicas  referentes ao tema, programas de treinamento aos profissionais da saúde para uma atuação específica em relação ao COVID-19, a construção de centros de atendimento em tempo recorde, investimentos bilionários para a busca de uma solução ao problema, uma indução à mudança de hábitos e condutas, o uso da legislação para o controle por parte do estado, a medição da quantidade de afetados pelo vírus e as mudanças na atitude em relação à saúde pública, em resumo uma mobilização mundial, com conotações político-econômico-sociais. Que acontece em relação as dependências químicas? Será que o problema é tão insignificante que pode ser negligenciado, ao ponto de não ter sido observado ao formar profissionais da saúde para lidar com esta pandemia que atinge a todos nós, em todos os aspectos? Assim com o Corona, temos muito a apreender com esta doença, mas a pior forma de enfrentá-lo é pensar que é um problema menor. A sociedade deve abrir os olhos para esta entidade nosológica e começar o seu enfrentamento formando “soldados” eficazes, com conhecimento de causa que possam entender o seu inimigo para atingi-lo em forma eficiente e responsável para o bem da sociedade.  

É imprescindível que revejamos a ótica em relação as adicções, e entendamos que esta guerra, como está sendo encarada atualmente, está sendo perdida por nós. Isto me lembra a guerra em que participei, da Argentina contra a Inglaterra, nas Ilhas Malvinas, em que a minimização do problema bélico por parte dos sul americanos, o menosprezo em relação aos adversários, o desinteresse por ter aliados fortes, as barbaridades diplomática orientadas pela negação e a arrogância, nos levaram a uma derrota humilhante. Se vale de alguma coisa observar a história para aprender com ela, não menosprezemos o nosso inimigo e façamos uma análise logística e estratégica para não continuarmos a ser derrotados pelas drogas. Vale a pena rever os currículos de formação de profissionais da saúde e considerar que talvez a adictologia seja uma nova especialidade a ser respeitada.

***Psiquiatra  Pablo Miguel Roig, Diretor  da  Clínica  Greenwood,especializada no tratamento de dependentes de drogas e  recomendada por psiquiatras no Brasil, na  Argentina, nos Estados Unidos e na Espanha.

 

Doutor Pablo Roig: “É epidemia, mas dependência de droga ainda não é disciplina nas faculdades de Medicina”

“Dependência de droga é doença do cérebro e epidemia no Brasil. Mas AINDA não é disciplina nas faculdades de Medicina em todo o país e não recebe do Ministério da Saúde e nem dos governos estadual e municipal investimentos necessários à criação de programas de prevenção e tratamento que, de fato, evitem os casos e recuperem estes graves doentes no Brasil.” Análise do psiquiatra Pablo Miguel Roig, CRM 24968 ,nesta terça-feira, na live “Prevenção e tratamento”. promovida pelo terapeuta Roberto Brunelli no Instagram e assistida por profissionais e familiares de estados brasileiros. Roberto Brunelli é o criador da FEBRACI- Federação Brasileira de Clínicas Terapêuticas Involuntárias. O doutor Pablo Roig tem em seu currículo 42 anos de experiência no tratamento de dependentes de drogas , é o criador e Diretor Clínico da Greenwood, clínica referência para psiquiatras no Brasil, na Argentina, nos Estados Unidos  e na Espanha. O doutor Pablo e Roberto Brunelli participam da campanha “Pais contra as drogas”

.

No Brasil, 85% dos municípios têm cracolândias, denuncia a Confederação Nacional dos Municípios informando que o uso do crack prejudica nessas cidades EDUCAÇÃO, SAÚDE E SEGURANÇA. Adolescentes fumam maconha e já experimentam outras drogas, como cocaína, lança-perfume e ecstasy, oferecidos por colegas de festas, condomínios e de escolas.”Mas a dependência de droga, pela desinformação, ainda é vista pela população com preconceito porque o dependente tem conduta reprovável”,  avalia o doutor Pablo Roig. ” E, por desinformação, as famílias demoram de cinco a sete anos para encontrarem tratamento eficaz para tratar filhos ou parentes dependentes químicos.”

O doutor Pablo explicou que o tempo de tratamento “depende do diagnóstico médico e que  é necessária a abstinência”. Contou que na Greenwood , há 80 profissionais para tratar 30 dependentes “ e que nestes tempos de COVID-19 foi feito um Protocolo para evitar a contaminação e contratado um infectologista para acompanhar todo o trabalho de prevenção.

ASSISTA :

View this post on Instagram

Uma conversa sobre Dependência Química no Brasil. 02/06/2020

A post shared by Roberto Brunelli (@robertobrunellioficial) on

ESTERÓIDES ANDROGÊNICOS ANABOLIZANTES (EAA)

Artigo do psiquiatra Pablo Miguel Roig, CRM 24968 ***

 

 

Em um artigo do NIDA, revisado em 2018 na página Drug Facts, sob o título “Anabolic Steroids”, vemos como o uso destes fármacos tornou-se uma preocupação na área da saúde pública. Encontramos sintonia com o descrito e com nossa experiência terapêutica. Usarei os conceitos da publicação, com alguns comentários baseados em achados no nosso trabalho na Clínica Greenwood.

O termo usado no título, refere-se aos fármacos que resultam das variações sintéticas do hormônio testosterona. Anabolizante por ser responsável pela produção muscular e androgênico por aumentar as características sexuais masculinas.

São substâncias que se usam terapeuticamente nas puberdades tardias, no câncer e AIDS, mas halterofilistas fazem seu uso tóxico, na procura de aumentar a performance e melhorar seu aspecto físico. Sua aplicação é maior em homens entre os 20 e 30 anos, que consomem dosagens de dez a cem vezes mais que o indicado por médicos.

O uso dos produtos, que tanto podem ser incorporados em forma oral, injetável nos músculos ou por absorção dermatológica com gel ou pomadas, é sempre excessivo.

As maneiras de emprego geralmente respondem a alguns padrões:

– Tomando doses múltiplas por um período, suspendendo o uso e reiniciando após um tempo;

– Combinando dois ou mais diferentes esteróides e misturando a forma oral com a injetável;

– Aumentando as doses de uso patológico até atingir o pico e diminuindo progressivamente até chegar a zero;

– Alternar ou substituir um esteroide por outro para evitar o desenvolvimento de tolerância.

Nenhum destes métodos reduz a possibilidade de consequências sobre a saúde..

Os EAA não têm o efeito sobre o sistema nervoso central que têm os estimulantes. Não aumentam a liberação de Dopamina no sistema límbico, portanto não ativam o centro da recompensa, evitando os efeitos emocionais a curto prazo. Por outro lado, podem levar a efeitos mentais negativos como:

– Paranoia s zelotipia;.

-Extrema irritabilidade e agressividade;

– Ilusões;

– Julgamento alterado;

-Mania;

-Séria alteração do esquema corporal;

-Alterações de identidade.

 

Outras alterações na saúde dos usuários são:

-Acne;

-Sudorese excessiva nas mãos e pés;

-Alterações renais;

-Lesões hepáticas e tumores;

-Aumento do volume cardíaco, hipertensão, alterações no colesterol sanguíneo, fatores que aumentam o risco de AVC e ataque cardíaco até em jovens.

 

Alterações divididas por gênero e faixa etária são:

Para homens:

– Diminuição testicular;

– Diminuição da contagem de esperma;

-Calvície;

– Desenvolvimento de seios;

– Aumento do risco de câncer de próstata.

Para mulheres:

– Aumento dos pelos da face e do corpo;

-Diminuição do tamanho dos seios;

– Calvície de características masculinas;

– Alterações menstruais;

-Aumento do clítoris;

-Agravamento da voz.

Para adolescentes:

– Interrupção do crescimento;

– Diminuição da altura quando os EAA são usados antes da interrupção biológica do crescimento.

Os EAA têm uma característica que relaciona seu uso ao das outras dependências, apesar de não provocarem o “high” como os estimulantes. Os usuários continuam seu consumo, mesmo enfrentando os efeitos do mesmo. Enfrentam as consequências físicas, o alto custo da droga e os efeitos negativos em seus relacionamentos. Pesquisas mostram que são propensos a desenvolver outras adicções como a dos opiáceos, para combater a insônia e a irritabilidade causadas pelos esteróides.

Também podem apresentar sintomas de abstinência ao interromper o uso, que incluem:

-Fadiga;

-Inquietude;

-Perda de apetite;

-Alterações do sono.;

-Diminuição da libido;

-Fissura por esteroides.

-Depressão que pode levar ao suicídio.

O tratamento deve ser realizado através de psicoterapia comportamental e fármacos que ataquem os sintomas de retirada. Antidepressivos e analgésicos são uteis, assim como medicamentos para compensar as alterações endocrinológicas.

Frequentemente, em nossa experiência terapêutica, vemos uma combinação dos EAA com drogas psicotóxicas, o que é indicação, em muitos casos, de internação para ajudar nossos pacientes a recuperar sua autonomia, reorganizar prioridades, melhorar sua condição física, organizar seu esquema corporal distorcido e equilibrar seu sistema familiar e social, sabendo que o recurso mais eficiente é a abstinência absoluta de substâncias bio-neuro-psico-socio-tóxicas.

*** PSIQUIATRA PABLO MIGUEL ROIG- especialista com experiência de 42 anos no tratamento de dependentes de drogas e Diretor Clínico da Clínica Greenwood. CRM: 24968
e-mail greenwood@greenwood.com.br

Respostas às perguntas da live “Cracolândia: Dependência Química em Tempos da Covid-19”!

Respostas às perguntas da live

“Cracolândia Dependência Química em tempos da COVID_19”

promovida pela Liga Acadêmica de Psicanálise e Psicopatologia:

 

 

RESPOSTAS DO PSIQUIATRA PABLO ROIG, CRM 24968, Diretor da Clínica Greenwood

Jair Batista – E se o usuário não quiser o tratamento?

Geralmente os pacientes fazem uso da negação como mecanismo psicológico de enfrentamento das dificuldades provocadas pela doença. Também responsabilizam os outros pelos seus fracassos, projetando as dificuldades e consequências geralmente na família. Sabemos que esta solução espúria é ineficiente para lidar com o problema, só posterga a solução. Em média, nossos pacientes demoram de 5 a 8 anos para procurar tratamento específico, apelando a pseudotratamentos que não observam a total abstinência como programa terapêutico. Este processo e chamado pelo especialista, Prof. Eduardo Kalina como aperfeiçoamento e não tem verdadeiro valor de reabilitação.

Quando a situação é crítica, com risco para o paciente e os que o circundam, a internação compulsiva tem o objetivo de proteger o paciente e seus achegados. O que deve ser feito é oferecer inicialmente ajuda para aceitação espontânea, implicando a participação de quem tenha influência sobre ele e solicitar a colaboração, para orientação, de grupos de ajuda mútua com Amor Exigente.

2)– Bella Sousa Santos – O cérebro estaria funcionando de maneira “errada” por buscar sempre o mecanismo que nos faz mal? Tu poderia explicar essa questão novamente, por favor Dr. Pablo?

Nosso cérebro tem diferentes áreas com diferentes funções. Na evolução das espécies, os humanos fomos desenvolvendo o Córtex, como a região das funções mais sofisticadas para os valores de nossa espécie. A área límbica, que está na região central de cérebro, tem no Núcleo Acuminado (NA) a função de identificar experiências de recompensa, com a sensação de prazer. Isto se dá graças a liberação de um neurotransmissor chamado Dopamina (DA). Para ter noção deste mecanismo, usaremos alguns exemplos.

Se comemos ao estar com fome, registramos a sensação de prazer ao nos alimentarmos, liberando 50% a mais de DA no NA, se temos uma boa relação sexual liberamos 100% de DA, ao usarmos cocaína, liberamos 500% de DA, com nicotina 250%, com anfetaminas 1.000%, com crack 900%, isto em números aproximados. Como podemos imaginar, a experiencia do contato de estimulantes com o nosso Sistema Nervoso Central (SNC) se transforma numa situação incomparável com qualquer vivência pela intensidade do efeito. Com a repetição do contato, o cérebro vai modificando seu funcionamento, exacerbando a função límbica e prejudicando a função cortical, que é a que consegue controlar nossa impulsividade com a avaliação de consequência de nossos atos. Mudam-se as prioridades e valores, passando a colocar a obtenção de drogas que repitam a imensa sensação de prazer, mesmo que por tempo curtíssimo, apesar das consequências que enfrentarão.

Nada tem significado se não está ligado à intensidade de prazer, mesmo que a qualidade dele seja pífia pelas consequências do consumo. A droga passa a ser a motivação central se suas vidas, custe o que custar, levando os usuários a uma vida de perdas constantes, solidão, fracasso e finalmente e não excepcionalmente à trágica morte.

3) Silvia Maria Lopes de Mello – Temos uma situação complicada visando o isolamento social, durante essa pandemia, em função do isolamento. Como resolver esse impasse pensando na dependência?

Em tempos de COVID-19, estamos vivendo dia a dia, já que se trata de uma situação inusual. Sabemos dos inconvenientes do isolamento e suas consequências em nossa vida psíquica e social. Já verificamos um aumento significativo do uso de drogas psicoativas, principalmente de álcool, aumento de quadros de ansiedade e depressão, aumento da violência doméstica e outas consequências do isolamento. As drogas têm a função, para o usuário, de mediar as emoções, mesmo que isto seja de uma ineficiência total, pelo fato de que o efeito desejado, quando obtido, só acontece enquanto o usuário está intoxicado. Não esqueçamos que as drogas de eleição são, neste caso, as de ação e metabolização rápidas promovendo um uso de repetição compulsiva. Algumas drogas têm seu efeito psicológico interrompido após alguns minutos.

Depressão, ansiedade e alcoolismo em tempos de isolamento por COVID-19

Artigo do psiquiatra Pablo Roig, CRM 24968, Diretor da Clínica Greenwood

 

Temos observado na Clínica Greenwood, em tempos de isolamento, um aumento significativo de patologias psiquiátricas , tanto em sua frequência como em sua intensidade. Pacientes que tinham seus quadros controlados tiveram que aumentar seus recursos farmacológicos e retomar a administração e intensificar sua atividades terapêuticas. Verificamos a intensificação, principalmente, em depressões, quadro de ansiedade e pânico, alterações do sono e aumento do consumo de álcool, tabaco, psicofármacos geralmente ansiolíticos ou indutores do sono. Também notamos um aumento na procura por internação pelo uso de substâncias ilegais. Observamos, em muitos casos, que os pacientes traziam nas consultas queixas em relação ao cônjuge, pais, filhos ou outras pessoas de sua convivência e em alguns casos relatavam intolerância e violência doméstica.

Em concordância com os nossos achados, no 14 de maio a Organização Mundial da Saúde publicou artigo , que enfatiza o impacto direto ou indireto da pandemia na estrutura psíquica da população de diferentes países, mostrando a necessidade de altos investimentos na área da saúde mental. Identificam os efeitos do isolamento social, o medo ao contágio a possibilidade de perda das pessoas próxima e o estresse provocado pela diminuição de renda e perda do emprego como elementos a considerar seriamente pelo seu impacto emocional.

Notam-se números alarmantes de acréscimo de patologias como a depressão e a ansiedade que é mais significativa nas pessoas que trabalham na línha de frente, que enfrentam períodos intensos de trabalho, tendo que adotar decisões de vida ou morte e com a ameaça constante do contágio. Como exemplo, na China, o relatório refere que os trabalhadores da saúde apresentam depressão em 50% dos casos, ansiedade em 45%, insônia em 34%. No Canadá 47% dos ligados à saúde precisaram de suporte psicológico.

Crianças e adolescentes apresentaram dificuldades de concentração, irritabilidade, inquietude e nervosismo. Também frequentemente são testemunhas ou sofrem violência doméstica, com a política de “fique em casa”.

Outros grupos de risco relatados são as mulheres, que modificaram suas vidas em função do vírus, com os filhos estudando em casa, home office e tarefas de administração do lar. Atinge também jovens com comorbidades psiquiátricas principalmente.

Registrou-se o aumento de consumo de álcool, que em Canadá foi de 20% em indivíduos com idades entre 15 e 49 anos.

Em vários países as instituições para tratamento de pacientes psiquiátricos foram desviadas para o tratamento de COVID-19 apesar do aumento da demanda destes casos. Grupos de ajuda mútua foram impedidos de funcionar.

O Dr. Tedros Adhanom Ghebrejesus alerta para a importância de tratar o tema da saúde mental com a seriedade devida, destacando a responsabilidade que os governos e a sociedade civil com o apoio do sistema das Nações Unidas tem, para cuidar o bem estar emocional da população, com o risco de, ao não fazê-lo, tenhamos consequências sociais e econômicas de longo prazo.

Em diferentes países estão se procurando soluções para abastecer a população de serviços de assistência psicológica como o atendimento telefônico, visitas em domicílio e métodos de comunicação virtual.

Ações comunitárias que reduzem a solidão dos mais vulneráveis devem ser mantidas, assim como as que solidariamente se orientam para as necessidades básicas da população.

Coerentemente, neste artigo, na palavra de Devora Kestel, está a esperança de que o que aprendemos na pandemia e as modificações relativas ao enfrentamento das patologias psiquiátricas deixem uma herança de maior eficiência para tratar do tema.

 

“Dependência de droga é uma doença do cérebro”

O conceito do título é da psiquiatra Nora Volkow, Diretora do National Institute on Drug Abuse , maior instituto de pesquisas sobre drogas no mundo. Ela participou brilhantemente do Congresso da Associação Psiquiátrica Americana , em São Francisco, Califórnia, em maio de 2019. Suas pesquisas são utilizadas em todo o mundo. Em São Paulo seus estudos são referências para o diagnóstico e tratamento de dependências químicas e orientam as atividades terapêuticas da clínica Greenwood, referência para psiquiatras no Brasil, na Argentina, nos Estados Unidos, na Espanha e em Portugal. A Greenwood mantém duas unidades. A da internação ,fica em Itapecerica da Serra, município paulista a 41 quilômetros da capital. O Hospital- Dia fica no Jardim Paulista,na Zona Oeste de São Paulo.

                                                                              Psiquiatra Nora Volkow

O fundador e Diretor Clínico da Greenwood é o psiquiatra Pablo Miguel Roig, que estuda e trata dependência de drogas há 42 anos. Na quarta-feira, 29 de abril, o doutor Pablo Miguel Roig, CRM 24968, participou da live “CRACOLÂNDIA: DEPENDÊNCIA QUÍMICA EM TEMPOS DE COVID-19”, promovida pela Liga Acadêmica de Psicanálise e Psicopatologia, com a participação do psicólogo Wemerson Peixoto de Melo Moura. A coordenação foi de Mateus Ferreira de Lima.

AS IMPORTANTES EXPLICAÇÕES DO DOUTOR PABLO MIGUEL ROIG SERÃO REAPRESENTADAS NESTE BLOG EM TRÊS CAPÍTULOS. NO PRIMEIRO, ELE DESCREVE COMO A DROGA DESESTRUTURA O CÉREBRO E SE TORNA A ÚNICA PRIORIDADE:

AMANHÃ, O DOUTOR PABLO MIGUEL ROIG denuncia: “ cracolândia é uma vergonha nacional e tem sido usada por todos os candidatos como campanha política”.